Projecto de Integração das TIC no Ensino do Português

e.Portfolio de Sandra Leonor Ferreira (Escola Secundária de Henriques Nogueira)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Usos Educativos de Mapas Conceptuais

Achei extremamente estimulante a exploração e a construção de mapas conceptuais. E penso que a sua inclusão no processo de ensino-aprendizagem poderá contribuir para uma aprendizagem mais activa dos alunos, uma vez que os mapas conceptuais vem contrariar um mau hábito da maior parte dos nossos alunos, mais preocupados em decorar listas do que em relacionar ideias e conceitos.

Eis o relato da minha experiência na construção de mapas conceptuais:

Mind42

A construção de mapas com o Mind42 revelou-se muito fácil, uma vez que esta ferramenta tem uma interface muito simples e intuitiva. É possível construir rapidamente um mapa com tópicos e subtópicos que podem ser expandidos ou encolhidos, conforme o que pretende quem o explora. Podem-se integrar links e notas (onde é possível introduzir informação adicional). O mapa pode ser facilmente publicado como página web, sendo fornecido não só o URL do mapa, mas também um código de inclusão (que leva demasiado tempo a carregar). No entanto, o mapa apresenta uma estrutura muito rígida, com linhas sempre rectas, além de os subtópicos se ligarem ao tópico de forma automática, sem que possamos fazer muito para contrariar a sua disposição.

Com esta ferramenta construí um mapa conceptual muito elementar que pode ser visto aqui.

Mindomo

O Mindomo é uma ferramenta com muito mais potencialidades . A formatação do estilo permite desenhar linhas rectas e linhas curvas e diversas formas. Dispõe de maior diversidade cromática para formatar linhas, formas e fontes. É possível adicionar imagens, links e recursos multimédia. No entanto, o acesso a determinadas funcionalidades está reservado para os que adquirirem a versão premium. A publicação do mapa em página web é uma dessas funções que teremos de pagar para conhecer. Logo que percebi isso, desisti de inserir elementos multimédia, já que estes de nada serviriam. Com efeito, só pude exportar o meu mapa como imagem.

Com o Mindomo construí um mapa que procura representar o meu projecto. Se o mapa estivesse em html, seria possível aceder, a partir dele, a todos os sites que criei para este projecto.

Cmaps

Foi com este software que iniciei a exploração dos mapas conceptuais. Os primeiros passos foram muito simples. Mas quando comecei a procurar formatar linhas, cores e letras, tive algumas dificuldades, não por essa formatação ser difícil, mas porque a caixa de formatação do estilo tem um tamanho diminuto e foi inicialmente muito complicado ver as opções disponíveis. (Tive o mesmo problema com o Mindomo). Mas, armada com uma lupa, lá fui conseguindo.
O primeiro mapa que construí, logo após a instalação do programa foi a representação do campo lexical de «casa» (andava nessa altura a explorar este vocabulário em Português Língua Não Materna). O mapa ficou bastante grande. Não ficou maior, porque desisti de incluir os objectos que podemos encontrar pela casa. Seria demasiado. Este mapa foi o ponto de partida para um trabalho de busca de imagens no Google Imagens levada a cabo por um aluno de PLNM durante a aula de Português, quando está com toda a turma. Já vi esse trabalho: o aluno deixou escapar algumas das palavras, mas o certo é que fixou a maior parte do vocabulário.
Para que possam ver, aqui fica o mapa, ainda muito «rígido».

Mesmo na aula de língua materna, a utilização de mapas conceptuais para desenvolver campos lexicais pode ser muito útil. Se, por exemplo, estamos a trabalhar o retrato, podemos construir facilmente um mapa com o vocabulário específico deste campo lexical.

Para fazer uma exploração mais aprofundada do cmaps, decidi construir um mapa conceptual para representar uma visão global da obra Os Lusíadas, pensando nos meus alunos de 12.º ano. Para além de constituir uma síntese da obra, serve para indexar recursos pois contém apontadores para recursos e sítios da internet. Podem ser adicionados mais ou menos recursos, conforme o público a que se destina o mapa. Se o mapa é para os alunos, temos de seleccionar um menor número de recursos, para que eles não se percam no meio de tanta informação. Mas também podemos construir o mapa para nós mesmos, listando assim todos os recursos que são relevantes para nós. É como organizar uma biblioteca virtual. algo extraordinário.

É fácil exportar este mapa como página web; no entanto, quando tentei colocar a página criada na disciplina Moodle da minha turma, não funcionou. Não sei porquê. É uma pena, porque gostaria que os alunos tivessem acesso ao mapa como página web e não apenas como imagem.

Alguns textos também podem ser transformados em mapas conceptuais, representando-se não só as ideias nele presentes, mas também a forma como se constróem. Na realidade, a utilização de mapas conceptuais pode ser uma excelente maneira de compreender os mecanismos de coesão textual, neste caso a coesão frásica.

O mapa que se segue foi desenhado numa aula de Língua Portuguesa (7.º ano), por mim, no meu computador. A utilização do projector permitiu aos alunos acompanhar a sua elaboração, pois foi utilizado um videoprojector. Só não sei se estavam mais interessados em perceber as relações semânticas ou o funcionamento do cmaps.

Outras actividades poderão ser levadas a cabo com a utilização de mapas conceptuais, mas por enquanto fico por aqui.

Mas gostaria de ver os alunos a construirem os seus próprios mapas.

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