Projecto de Integração das TIC no Ensino do Português

e.Portfolio de Sandra Leonor Ferreira (Escola Secundária de Henriques Nogueira)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Second Life como ferramenta educativa?

O SL (Second Life) apresenta-se como uma nova forma de navegar na internet. Em vez de navegarmos de site em site, voamos ou teletransportamo-nos de ilhha em ilha. Cada ilha é um local onde estamos completamente imersos num espaço desenhado em três dimensões. Pode ser um jogo, uma rede social (podemos associarmo-nos a grupos, estabelecer relações sociais), um espaço de negócios, uma plataforma de e-learning....

Mas será fácil entrar neste mundo?

Parece-me que o primeiro contacto com o SL é complicado. A interface é bastante complexa. Tem muitas funções cuja finalidade desconheço. Todas as letras e comandos estão numa letra muito pequena, difícil de ler e inacessível a leitores de ecrã. No dia da sessão síncrona, com a ajuda da Adelina, comecei a perceber alguns dos comandos básicos. Com alguma dificuldade consegui mudar de roupa (não havia muito por onde escolher, mas enfim....). Durante a sessão síncrona perdi-me do resto do grupo e nunca mais o reencontrei já que nunca mais recebi os convites de teletransporte. Enfim, aventuras...

Acabei por partir à descoberta deste ambiente virtual sozinha. Dispensada a mochila ou a mala que somos obrigados a carregar na RL (Real Life) sempre que viajamos, pude andar, correr, saltar, voar, subir montes, cair no fundo do oceano, andar tropegamente como um bêbedo, bater com a cabeça nas paredes, sem ficar sem fôlego ou sofrer qualquer ferimento. A viagem entre ilhas faz-se num piscar de olhos, quando, como nos filmes de Star Trek, solicitamos o teletransporte.

Mas achei a maior parte das ilhas que visitei desinteressantes. E desertas. Ao contrário da RL , o SL não é um mundo superpovoado.

E coloquei-me a questão: como posso então aproveitar o SL para fins educativos?

Algumas ideias:

- Enriquecimento vocabular: desde os vocábulos que aparecem quando mudamos de aparência (vestuário, cores, partes do corpo) até aos objectos que encontramos nos diversos lugares por onde passamos.

- Escrita criativa: descrição de avatares e ilhas (ou partes de ilhas); construçção de narrativas de acontecimentos no SL; construção de um diário de bordo das incursões no SL; redacção de notícias, reportagens, crónicas, etc... (aqui não há limites à criatividade.)

- Desenvolvimento da compreensão expressão escrita e oral (se for utilizada a voz) através da interacção com outros avatares.

- Estudo de aspectos da cultura e da história pela visita de ilhas que procuram simular ambientes reais actuais ou de outras épocas.

- visitas de estudo virtuais a museus e monumentos.

- Montagem de uma peça de teatro. (Parece-me especialmente interessante levar a cena uma peça, em que cada actor esteja num lugar distinto e que possa ser assistida por quem está em casa e entra na sala de espectáculos do SL. E não me parece assim tão difícil de concretizar. Podemos até gravar o espectáculo).

- Promoção de encontros virtuais entre alunos de escolas diversas (uma nova maneira de promover o intercâmbio escolar)

- Realização de conferências, colóquios, palestras para alunos e profissionais do ensino.

- Realização de aulas virtuais no SL.

No entanto, alguns problemas se levantam: Na generalidade das escolas, os computadores não têm os requisitos exigidos por um software tão pesado como o SL, a internet é lenta (Tentei entrar no Sl com o meu portátil, na escola e não consegui), é necessário dispender um tempo significativo para ensinar os alunos a navegar no SL (o que não poderá ser, certamente, o objectivo central da nossa aula), necessidade de negociar regras com os alunos, não vão eles perder-se por ruas e vielas, encontrar espaços no SL que não se mantêm tal como na última visita que fizemos,...

Contudo, dando asas à imaginação, o que me impressiona são as potencialidades do SL. Pensar que podemos criar qualquer objecto que queiramos (desde que tenhamos Linden Dolars, conhecimentos técnicos e tempo para isso) faz-me pensar como seria interessante, por exemplo, recriar a Lisboa Queirosiana de Os Maias ou do Memorial do Convento, a caravela que levou Vasco da Gama na sua primeira viagem até à Índia ou a Ilha dos Amores, fazer a mesma viagem que o Cavaleiro da Dinamarca.... Que efeitos não teria esta imersão dos alunos nos ambientes virtuais recriadores de mundos reais já extintos pelo tempo ou de mundos fictícios?

Creio que podemos sonhar com isto, mas uma coisa é certa, apenas um crescimento mais significativo de utilizadores activos do SL poderá possibilitar um desenvolvimento que não passe apenas pela parte comercial, que, essa, sim, parece estar à espreita de todas as oportunidades.

De todos os espaços que visitei no SL, aquele que me pareceu mais interessante foi o espaço da Presidência da República Portuguesa. Abaixo, uma reportagem fotográfica do meu passeio por esse espaço.

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