Projecto de Integração das TIC no Ensino do Português

e.Portfolio de Sandra Leonor Ferreira (Escola Secundária de Henriques Nogueira)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Telemóveis como ferramenta educativa?

Eu e os telemóveis
Sou uma fraca utilizadora das tecnologias móveis. O que me afasta dos dispositivos móveis é sobretudo o tamanho reduzido do seu ecrã. Regra geral, tenho de recorrer a uma lupa para ler o que neles aparece escrito. Apesar de reconhecer a utilidade de ferramentas presentes na generalidade dos telemóveis (como a câmara de vídeo ou de fotografia, o gravador de voz, a agenda, o relógio,...), fico sempre a pensar que a qualidade das fotos, dos vídeos, ou dos ficheiros áudio é inferior aos que são capturados por outros dispositivos. Além disso, no momento, como estou a trabalhar apenas a uns passos de casa, levo para a escola mais frequentemente o computador do que o telemóvel (Para quê carregar para o meu local de trabalho um dispositivo que tem de estar desligado quando estou a trabalhar?). Desde que mudei de operador de telemóvel, nem sequer consigo ligar-me à internet. E até agora isso nem me preocupou muito.

Eu, os telemóveis e a escola
Até entrar neste curso de formação nem sequer pensava nos telemóveis como uma ferramenta educativa. Mas, na verdade, mesmo que inconscientemente, todos nós utilizamos os nossos telemóveis em contexto educativo. Que faço eu?
- Utilizo o despertador do telemóvel para acordar em dias em que tenho serviço de exames ou conselhos de turma de avaliação, pois este, ao contrário do meu velhinho despertador, não falha. Esta utilização das tecnologias móveis deve ter contribuído também para o meu desamor pelo telemóvel.
- Comunico com colegas, alunos e encarregados de educação, através de chamadas de voz e de SMS. Ocasionalmente, também uma MMS.
- Tiro fotos e faço gravações áudio e vídeo de actividades em que os meus alunos participam. Regra geral ficam no meu telemóvel até que eu me decida a apagá-los. Isto acontece sempre fora da sala de aula.

Eu , os telemóveis , a escola e os meus alunos
Já os meus alunos têm sido mais criativos e dinâmicos na utilização dos telemóveis.:
- Com o telemóvel em punho debaixo da mesa, conseguem comunicar com o exterior da sala de aula, sem que eu dê por isso, já que os dedos trabalham com destreza debaixo da mesa e os olhos angelicais olham para nós e simulam prestar atenção.
- Não vêem problema algum em usar o gravador de voz do telemóvel enquanto estamos, por exemplo, a treinar a leitura expressiva de um poema. E temos de convir que esta é uma óptima utilização das tecnologias móveis em contexto educativo.
- Um aluno mais ousado poderá usar a câmara de vídeo para captar um momento da aula. Os mais interessantes são, evidentemente, os momentos da aula que nenhum professor gostaria de ver gravados. E esta utilização irreverente do telemóvel só será completa se o vídeo chegar, por exemplo, ao YouTube. Existemmais vídeos desses por aí do que pensamos
Como o que se destaca da utilização dos dispositivos móveis em contexto educativo são as práticas «clandestinas», os telemóveis acabam proscritos da sala de aula e, em casos extremos, da escola.
E nós estamos a perder a oportunidade de formar os alunos não só em termos cognitivos, mas também em termos cívicos .
Se conseguimos educá-los na utilização do computador, porque não fazer o mesmo com o telemóvel?

Eu , os telemóveis, a escola , os meus alunos e o m-learning
Convenhamos que, neste momento, a associação presente no título não existe. Mas já não é uma miragem. As leituras que realizei abriram os meus horizontes. Reconheço que os telemóveis apresentam uma grande vantagem: são raros os alunos que não os transportam consigo. Para esta geração, o papel e a caneta podem faltar, mas o telemóvel, nunca. Este dispositivo tornou-se uma extensão do seu braço. Ora, assim sendo, cabe a nós, professores, aproveitar a brisa que entra por esta janela que se descerra.
Aberto o espírito, é fácil promover actividades com ferramentas básicas presentes em quase todos os telemóveis. A realização de reportagens como propôs Eduarda Ferreira em, Jovens, Telemóveis e Escola, ou a nossa formadora, Adelina Moura, em Geração Móvel é uma actividade excelente para se propor a qualquer nível de ensino.
Agora é dar asas à criatividade.
Quanto à utilização da internet móvel, a nossa tarefa pode não ser tão fácil. Muitos dos nossos alunos ainda não acedem à internet pelo telemóvel, o serviço ainda é caro, os melhores dispositivos móveis, cada vez mais sofisticados, autênticos computadores de bolso, são caros... Mas é ter paciência, que a tecnologia não conhece o status quo.

Eu , os telemóveis, a escola , os meus alunos , o m-learning e o regulamento interno
Actualmente, o regulamento interno da minha escola, como o de tantas outras espalhadas pelo país e pelo mundo, proíbe o uso do telemóvel em sala de aula. Passar a usá-lo como ferramenta de apoio ao ensino-aprendizagem será, então, um acto de irreverência, uma infracção? Não poderemos ensinar os nossos alunos a distinguir os usos legítimos e ilegítimos das tecnologias móveis na nossa sala de aula? Se já o fizemos com o computador, por que não com o telemóvel e outros dispositivos móveis como os PDA e os SmartPhones?

Eu, os telemóveis, a escola , os meus alunos, o m-learning, o regulamento interno e o meu projecto
A minha cabeça já fervilha com ideias....

(Texto redigido para o fórum «m-learning - reflexãoWeb 1.0 à Web 2.0» do Curso de formação «MIPL2.0»)

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